sábado, 22 de maio de 2010

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Fotos: Flávia Rocha
P.S.: Além das fadinhas, usei uma foto feita por Victor Affaro da estudante Virgínia de Ferrante, capa da revista Galileu deste mês. 

sábado, 3 de abril de 2010



Seis!

Lembro que outro dia minha prima preferida estava indo embora. Pra outro país. Nesse dia, ela tava a moça mais linda da face da terra. O cabelo deslumbrava.  A sobrancelha dela era bem grossa, tipo Malu Mader. Mas deram um jeito em tudo. Suavizaram cada expressão. Realçaram cada pontinho de beleza do rosto dela. Não que não fosse bonita, já era bonita, sim, mas naquele dia qualquer um não se cansaria de olhar pra ela. Lembro do último lugar que a gente foi antes dela partir. Inesquecível aquele dia. Um momento histórico. Único. Inenarrável, indescritível. Só que pensei ter sido ontem, ou antes de ontem, ou, pronto, qualquer dia desses próximos aí. Só que não foi ontem, nem antes de ontem. Também nunca disse ser expert em tempo. Sou uma ruína nisso. O certo é que hoje fiquei sem palavras, boquiaberta, bobalhada. Entrei no tal do Orkut só pra ver onde ela tava morando. E era Salt Lake City, em Utah (um dos 50 estados dos EUA e aquele lugar ótimo pra praticar esqui). 

 Imagem: divulgação

Pronto, era pra eu ir embora e voltar a estudar, naquele minuto. Só que as coisas nem sempre andam como a gente planeja. Primeiro, vi a foto de um recém-nascido. Logo, levantei minha sobrancelha e encolhi meu pescoço pra trás. Depois, umas fotos foram puxando meus olhos pra cada vez mais perto do computador. Aí fui passando, passando, uma a uma. E comecei a contar. Contar cada criança. Um, dois, três, quatro, cinco. Cinco? Mais um que está no Brasil, seis. Seis, gente, seis. Achei aquilo lindo. Porque família grande é tudo. Ter coragem de formar uma assim é mais tudo ainda. Aí fiquei me perguntando quanto o tempo passa, como o mundo dá volta, quanto a nossa vida muda e como é bom estar num lugar e se sentir livre pra fazer a quantidade de coisas que a gente quiser.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Sobre "contato imediato" entre outras coisas

Isso não é bem uma música. É um veludo fazendo carinho bem de mansinho no ouvido. De um lado, depois do outro. Todo macio, olha bem fundo nos olhos. Arranca a alma. Sem triscar um dedo. Não sai uma lembrança de dor. Vai assoprando o meu rosto. Hálito com cheiro de paz. Encosta nos cílios. Enxuga, leve, meus olhos. E faço cara de quem vai explodir. Minha garganta ferve. Desce lá pro peito. Tá um vermelho lindo, como nunca em vida ninguém viu. E jorra um sangue bom, limpo, puro. Vai escorrendo, molhando o interior do meu corpo. Deslizando sem pressa. No estado absoluto da calma. E vai invadindo meus poros. Arrepia meus pelos. E vai visitando meu corpo todo, como quem não precisa tocar. Como quem sabe que a gente vai ser só um sempre. E sentir o outro a todo instante, sem toque, como se tivesse longe. Porque no nosso mundo a noção de espaço é diferente. A gente sempre vai estar no mesmo lugar. Mesmo que ninguém veja nada do que a gente vive. A nossa vida sempre foi assim. E às vezes a gente teve que se separar. Como cada um pro seu lugar. Como se a distância existisse. Às vezes, você se perdeu de mim. Mas eu sempre estive lá, quando você chorou, quando você mais precisou. E eu chorei junto com você, sem poder dizer nada. Só ardia o meu rosto, tentando levantar o seu. Com uma força segurando o meu som. Mas eu sempre vi você, sempre senti você, sonhei com você, dormi, acordei, reparti cada pedaço de mim, com você.
Contato Imediato



segunda-feira, 4 de janeiro de 2010


À Deriva

Um filme lindo sobre traição, família, amizade entre filha e pai, dor, perda da inocência, primeira vez, verdades, mentiras, além de coisas que a gente cresce mas nunca entende. E quer saber mais mesm? A trilha é envolvente; a locação (Búzios) deslumbrante; a década narrada é de matar; o elenco desce bem redondinho, até porque adoro não-atores, é que soa tão mais perto da gente, sabe? E é um filme lento, acompanhado de uma capacidade de deixar a gente acordada até de madrugada, ainda ficar com vontade de assistir o making off, com o coração batendo, pedindo pra correr atrás do trailler pra compartilhar aqui, mesmo sabendo que faltam poucas horas pra voltar à vida real.