Belle Justie estava na varanda do apartamento, no 18º andar. Acabara de acender o seu primeiro cigarro. Classuda, vestia camisola de seda vermelha. Despercebida, distribuía charme pro vento. O interfone tocou. Ela pediu que subissem com o envelope.
“Belle, meu amor, sinto daqui que ainda és minha. Sinto teu cabelo aveludado. O teu perfume me inebria. Meu olhar fica em fúria, desesperado sem o teu toque. Tremo até a alma por ti. Meu corpo encurva no travesseiro à procura do teu tudo. Fecho os olhos e me arrepio na lembrança dos pêlos dourados tocando de leve meu peito molhado de desejo por ti.
Meus lábios não são mais os mesmos, estão secos, feridos, brigam com os dentes, recordando do teu sopro quente. Devoro-te com as nuvens do teu cheiro, do teu gosto, do teu jeito.
Abandonaste-me tão cedo... Agora, te imploro, desesperadamente, por mais uma vez. Se não doer, peço, humildemente, na postura de servo que sou, para perdoar os meus erros e olhar-me como na primeira vez.
Querida, Belle, te suplico, piedade desse homem arrebatado de loucura por ti. Ajoelharei-me aos teus pés, depois farás tudo que quiseres de mim.”
*Belle Justie é uma personagem criada por mim, Flávia Rocha. Ela é uma espécie de mulher rara na face da Terra.
Um comentário:
Flavinha...Eu, como uma das Belles Justies da vida, preciso (NESSE EXATO MOMENTO) de uma carta dessas...tu sabe!
beijos beijos
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