segunda-feira, 28 de julho de 2008

Preciso saber se dá certo fazer ao contrário

Vejo frases de como as mulheres devem se comportar. São escritores, psicólogos, terapeutas, amigos, irmãos, dizendo o que a gente deve fazer. Esses últimos aí, então, se fosse obedecer, eu nem seria eu.

O meu irmão primogênito tem 30 anos, parece mais velho que o meu pai, com 60. Ele faz o estilo extremamente conservador, já meu pai é moderno, divertido e sabe respeitar profundamente as decisões femininas. Meu pai adora cozinhar e decorar a mesa para as suas mulheres.

O irmão do meio me vê como uma mulher futurista. Ele é um tipo conservador descolado. O olhar dele é como quem diz: “Façam o que quiserem, suas doidas!” A vida fez dele o mais experiente quando o assunto é mulher. Estudou comigo e via minhas sutis extravagâncias desde a adolescência. Hoje ele tem três mulheres... a esposa e as duas filhas. Cada uma mais cheia de virtudes que a outra. É engraçado como esse “pirralho” sabe lidar com elas. E essa mulherada é fascinada por ele, porque ele é manso, beijoqueiro, bagunceiro e é daqueles que nunca diz não pra ninguém.

O psicólogo norte-americano Steven Carter escreveu o livro “Homens gostam de mulheres que gostam de si mesmas" (Ed. Sextante). Não lerei, nem indico, só vou comentar. Até porque ele mesmo disse: “Não se esforce demais para descobrir o que os homens querem. ¹”

Depois, Carter fala: “As mulheres inteligentes sabem quem são e o que têm a oferecer ²”. “Não aceitam nada menos do que merecem ³ e não oferecem nada rápido demais”. Só aí são quatro questões, complexíssimas, apesar de parecerem óbvias.

Quanto à segunda frase, podemos até dizer: “Sei de algumas das minhas qualidades, alguns defeitos, sonhos, fomes, sedes, filmes preferidos, mas, quem sou eu? Alguém assopra aí, por favor! Depois, o que tenho a oferecer? Uma fortuna. Sou herdeira de pais riquíssimos... de adjetivos. No entanto, as coisas que formam a minha herança interessam a quem? A um monte de gente? Mas quem seria tão bom pra dividir?

E quanto ao “não aceitam menos do que merecem”: o que eu mereço? Promessas de paixão eterna? Um namoro com seguro de vida? Ou só uma noite de amor sensível? Tem alguma coisa melhor ou pior aí?
Já a última frase doeu: “Não oferece nada rápido demais”. Tudo bem que o que é demais estraga. Mas, peraí, na velocidade quem manda somos nós. O guru principal é o nosso desejo. É repugnante contrariar a nossa vontade, ou usar o freio ou o acelerador dos outros. Quem governa o meu carro sou eu, doa a quem doer, inclusive se esse quem for eu.

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