quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sobre o fim da obrigatoriedade

O foco é a sociedade

Antes de se discutir a liberdade de expressão, a forma como saiu a decisão do STF, a legitimidade dos autores da Ação Civil Pública acolhida pelo Supremo, o suposto presente dos militares aos jornalistas mansos com o regime em 1969 (ou seja, o Decreto Lei 972/69 que regulamenta a profissão dos jornalistas), as novas mídias, questões maniqueístas como a reserva de mercado, a ameaça aos cursos de bacharelado em comunicação social com habilitação em jornalismo, os planos de guerra dos coordenadores de cursos para manter agora os universitários nos cursos, a vigente grade curricular fazedora de marionetes, o diploma como reconhecimento para jovens vítimas de uma educação ruim (estimulada em parte pelo modelo de vida social imposto pelo capitalismo, outra parte pela burrice crônica que está nas nossas veias, pelos vícios que nos afastam das leituras produtivas, dos grupos de estudos, de pesquisas ou de discussões), antes de tudo isso a gente tem que pensar no fim: nela, a sociedade.

Para se chegar a um ponto justo, o foco nessa discussão toda, tão cheia de argumentos, deve ser naqueles que nos ouve, nos lê, nos assiste, e naqueles que não nos ouve, não nos assiste, ou nem lê, mas que acima de tudo precisa de informação de qualidade, de conteúdo, que provoque questionamentos, capaz de provocar melhorias no dia-a-dia, de notícia dada com isonomia, sem segunda e terceiras intenções. A sociedade não quer mais notícias sem propósito, sem por que, pela metade, de um olho só, que mais esconde que mostra, que nos deixa envergonhados. Acredito que a sociedade precisa de gente com conhecimento suficiente, tão quanto disposição, vontade, gente com jeito de gigante, gigantes de princípios, de espírito, de ideias, gente sem vergonha mas cheia de escrúpulos, gente que adore dinheiro mas faça questão de saber de onde ele vem.

Por Flávia Rocha

3 comentários:

Marcus Cavalcante disse...

Amiga acompanhei até agora mudo, com ouvidos bem abertos, as discussões sobre essa questão. De tua lavra há pelo menos três textos ou indicação. E desde o começo venho me perguntando:quem está contra a decisão da Justiça conhece o teor da mesma? Você conhece? Acredito que nós jornalistas estamos fazendo muita zuada estérl. Sem efeito. Como jornalista defendo intransigentemente a necessidade do diploma. Claro. Ele nos dá status. Só e tão somente. Como gestor de uma equipe, que toma decisões e que escolhe as melhores pautas do dia e quem deve conduzir cada matéria, não dou a mínima para ele. Quero competências e bons contadores de histórias. Tenho centenas de exemplos de jornalistas formados, hoje no mercado, que não valem um sem diploma. Cito alguns dromedários de minha geração: Wilson Fernando, Carlos Augusto de A Lima, Wanderlei Barbosa, Carlos C Branco, José Carlos de Oliveira, David Nasser, e mais pra cá, com grandes reportagens de saúde e livros idem: Dráuzio Varella. Hoje, se tivesse que escolher entre estes e os incompetentes portadores de diplomas e frequentadores de rega-bofes e oba-obas, ficaria com os primeiros. Além do mais não acredito que nenhuma empresa vá contratar gente sem diploma graciosamente.Quem não tem competência é que teme o mercado. Acredito piamente que um bom jornalista não é feito em Universidade. É dom. Claro que a escola superior, a escola de excelência, o aperfeiçoa. Acha que estou em cima do muro? Tô não. Viva o fim do diploma. Só assim os almofadinhas vão pensar duas vezes na escolha do curso para o qual não têm o menor talento. Dentro de dez, quinze anos, vamos ver quem tem razão.

Flávia Rocha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Flávia Rocha disse...

Ufa! Tava qse sem ar sem ouvir vc, qnto tempo sem saber o q passa nessa cabeça, d uma das pessoas mais inteligentes q já passaram por mim... E, Marcus, vê se volta logo com o seu blog, q a gente adora, mesmo vc dizendo q não gosta de pobre, que é uma grande besteira defender o meio ambiente, etc. Sério, é sem graça viver sem saber da sua opinião sobre as coisas do mundo. Ah, e sua reestrei poderia ser sobre sua "aventura" d ser pai d novo... Bjão!